A Marcela Damazo cresceu em uma família de costureiras: avós, tias, mãe, todas elas possuíam habilidade com uma costura em algum nível. “Posso dizer que desde criança vivo entre máquinas, linhas, botões e tecidos”.
Mas mesmo com todas essas costureiras que ela conhecia tão bem ao seu redor, Marcela só foi aprender a costurar já na faculdade. Depois de cursar 6 meses na área de TI, ela logo viu que não se sentiria realizada nesse ramo. Foi aí que ela decidiu fazer um curso de desenho e, depois, a faculdade de Moda. A costura começou como um complemento à faculdade, mas acabou virando um hobby e, em seguida, uma fonte de renda. “Abri uma loja de roupas femininas e, como a minha produção é pequena, resolvi eu mesma modelar e costurar minhas peças. Foi a melhor coisa, sai tudo do jeito que eu quero e é mais fácil adaptar as peças ao gosto das clientes”, conta Marcela.
Depois que abriu sua própria loja, a Marcela Damazo Atelier, ela conta que ficou bem mais atarefada, mas as peças saem exatamente do jeito que ela desenhou e planejou a coleção. “E costurar é realmente uma terapia”, complementa Marcela. Quanto ao movimento Compro de Quem Faz, ela acompanha desde o começo. O CDQF a incentivou a continuar desenvolvendo suas próprias peças, com exclusividade. “Muitas vezes deixamos de comprar uma peça de boa qualidade por outras mais baratas, de menor valor e que muitas vezes é importada de países onde o trabalho é quase escravo”. Para Marcela, o movimento ajuda a repensar o conceito de consumo e a importância do trabalho artístico, mais manual. “A influência do movimento no meu trabalho é um incentivo de ver tantas pessoas aderindo ao Compro de Quem Faz e dando o devido valor aos artistas e artesãos nacionais”.