A história do Alexandre com a costura começou bem cedo. Sua família possuía uma malharia em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Foi ali que se deram os primeiros contatos, mas o aprendizado mesmo veio anos mais tarde, já trabalhando com cintos de couro. No começo, eram ele e um dos seus irmãos trabalhando com modelos lisos de cintos, mas o desejo era aprender a criar cintos pespontados. Depois de muitas tentativas e erros, uns 20 anos atrás, eles conseguiram criar uma ferramenta de apoio para acertar a costura.
No caso de Alexandre, a costura sempre foi uma fonte de renda. Ele começou trabalhando com alguns modelos de cintos até perceber que havia público para suas criações e decidiu investir mais. “Aos poucos fui testando novos tipos de costuras nos cintos além do pesponto e agora já confeccionamos carteiras e bolsas pequenas e grandes com costura, detalhes e acabamentos mais elaborados.”
Para quem pensa em empreender e fazer da costura sua profissão, Alexandre tem uma dica essencial: “Independente do produto, a dica é sempre fazê-lo bem feito e com um bom acabamento. Um produto feito com capricho e cuidado sempre se destacará entre os concorrentes e, o principal: proporcionará a satisfação do cliente.”
O Compro de Quem Faz também foi fundamental na trajetória do Alexandre e da sua loja, OArtífice. Ele conheceu o movimento logo no início e diz que, pela primeira vez em muito tempo, se sentiu realmente valorizado e estimulado a continuar a seguir o caminho que escolheu.
A importância do CDQF, para Alexandre, é enorme. “A trajetória do artesão é muito difícil, muitas vezes você se sente desanimado, afinal a maioria das pessoas acha que o ‘feito à mão’, o artesanal é barato, a qualidade é inferior, um hobby.” Para ele, o CDQF cria a chance de mostrar que o trabalho do artesão tem, sim, muito valor.